Josivaldo de França Pereira
(1) A palavra “dia” algumas vezes denota um período indefinido (Sl 50.15;
Ec 7.14; Zc 4.10).
(2) O sol não foi criado até o 4º dia, de modo que a extensão dos dias
anteriores não podia ser determinada no relacionamento da terra com o sol.
(3) O 7º dia continua até hoje e já tem mais de seis mil anos.
O fato da palavra “dia” indicar um período relativamente extenso em
algumas passagens bíblicas, não prova que os dias anteriores à criação eram
longos períodos de tempo. Portanto, o 7º dia de Gênesis 2.2,3 terminou há mais
de seis mil anos. A interpretação literal da palavra “dia” tem a seu favor as
seguintes considerações:
(1) A palavra hebraica yom (dia)
indica um dia normal. Deve ser entendida assim, a não ser que o contexto exija
outra interpretação. Gênesis 1 nos apresenta uma interpretação literal ao
repetir “e houve tarde e manhã”. Cada dia teve tarde e manhã (Gn 1.5, 8, 19,
23, 31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia. Os dias foram numerados
(primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc.), uma característica peculiar
dos dias de 24 horas na Bíblia. “Todo dia teve somente uma tarde e uma manhã.
Se esses dias fossem longos períodos de Geologia, devia ter intermináveis
noites de milhares de anos. Que aconteceria a todos os vegetais durante as
longas noites que seguiram ao terceiro dia?”.[1]
(2) Em Êxodo 20.9-11 Israel recebe ordens para trabalhar seis dias semanais,
porque o Senhor fez os céus e a terra em “seis dias”. Êxodo 20.9-11 “certamente
não pode ser interpretado em um sentido diferente do normal. Deus, no quarto
mandamento, certamente, chama toda a humanidade para seguir seu modelo:
trabalhar seis dias de 24 horas e descansar um dia de 24 horas”.[2]
Isso quer dizer que a palavra “dia” de Gênesis 1 também deve ser entendida
literalmente.
(3) Os três últimos dias foram normais por serem determinados pela
relação da terra com o sol. E se esses foram dias comuns, por que os outros não
haveriam de ser?[3]
Bibliografia:
BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. Campinas/Patrocínio:
Luz Para o Caminho/Ceibel, 1985.
GEISLER, Norman;
HOWE, Thomas. Enciclopédia Manual Popular
de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. 4ª ed. São Paulo: Mundo
Cristão, 1999.
KIDNER, Derek. Gênesis: Introdução e Comentário. Série
Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1988.
GRONINGEN,
Gerard Van. Criação e Consumação: o
Reino, a Aliança e o Mediador. Vol. 1. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
[1] Louis Berkhof. Manual
de Doutrina Cristã. Campinas/Patrocínio: LPC/Ceibel, 1985, p. 96.
[2] Gerard Van Groningen. Criação e Consumação: o Reino, a Aliança e o Mediador. Vol. 1. São
Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 56.
[3] Para um ponto de vista diferente, consulte Norman
Geisler e Thomas Howe. Enciclopédia
Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. 4ª ed. São
Paulo: Mundo Cristão, 1999, p. 37.
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