Josivaldo de França Pereira
Crítica de verdade é apontar o erro e propor a solução. Criticar não é
simplesmente falar mal de alguma coisa ou pessoa. Falar mal de alguém, por
exemplo, é difamar, fofocar, mexericar, etc. Criticar é ajudar com propostas e
soluções inteligentes.
Criticar por criticar é, como disse alguém, ser cri-cri. Ser cri-cri é
fácil, pois, para isso, nem é preciso pensar. “Para ser um crítico mordaz, não
há necessidade de inteligência nem de educação” (Paul E. Holdcraft).
Perguntaram a um artista muito talentoso do nosso país porque ele nunca
quis ser crítico literário, de cinema, etc. Sua resposta foi: “Criticar é
fácil”. Criticar por criticar, ou seja, ser cri-cri é fácil mesmo, o difícil é
fazer. Ser cri-cri é a arte dos desocupados; da crítica desalmada, sem respaldo.
A verdadeira crítica é construtiva, ou, pelo menos, deveria ser. Quando
alguém destrói o outro com palavras não está sendo crítico no verdadeiro
sentido do termo. Conheci uma pessoa que depois de arrasar uma outra com suas
palavras dizia: “Desculpe, mas eu sou sincera”. Sinceridade que demole e
arruína não é sinceridade. A sinceridade desprovida de amor não é sinceridade. Essa
é, na verdade, o que caracteriza o super-sincero. A super-sinceridade é devastadora
porque ela não é uma expressão de amor ao próximo.
Por outro lado, o que torna uma pessoa vencedora ao longo da vida não são
os elogios que ela recebe, mas as críticas que golpeiam sua alma e que a fazem
crescer. Quem vive numa busca frenética por elogios não suporta a crítica que por
mais leve e cuidadosa seja feita. Santo Agostinho disse: “Prefiro os que me
criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”. E Elon
Foster complementou: “O elogio produz diferentes efeitos consoante à pessoa a
quem é dirigido. Torna o sábio, modesto, mas faz do néscio um arrogante”.
A conclusão deste pequeno texto são as palavras de Oliver W. Holmes e
Norman Vincent Peale, respectivamente: “Não se importe com a crítica. Se ela
não é verdadeira, deixe-a de lado; se ela é injusta, não se irrite; se ela é
ignorante, sorria; se ela é justa, aprenda dela”. “O mal de quase todos nós é
que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica”.