(2Rs 21.1-9,17,18;
2Cr 33.1-20)
Josivaldo de França Pereira
Manassés era o filho mais velho do piedoso Ezequias. Ele subiu ao trono
aos doze anos de idade e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém, mas não seguiu
os bons exemplos deixados por seu pai. Manassés fez o que era mau perante o
Senhor mais do que qualquer rei de Judá e Israel, e até pior que as nações que
o Senhor Deus expulsou de suas possessões diante dos filhos de Israel.
Seus pecados. Manassés tornou a edificar os altos que seu pai
Ezequias tinha derribado, levantou altares aos baalins, fez postes-ídolos e se
prostrou diante de todo o exército dos céus e os serviu. Edificou altares na
Casa de Deus, da qual o Senhor tinha dito: “Em Jerusalém porei o meu nome para
sempre”. Também edificou altares a todo exército dos céus nos átrios da Casa do
Senhor. E como se isso não bastasse, queimou em sacrifício seus filhos como
oferta no vale do filho de Hinom. Esse vale se transformaria, mais tarde, no
aterro sanitário de Jerusalém.
Manassés se tornou agoureiro, pois adivinhava pelas nuvens, praticava
feitiçarias, tratava com necromantes (os espíritas da época) e feiticeiros. A Bíblia
diz que ele prosseguiu em fazer o que era mau perante o Senhor para provocá-lo
à ira. E mais:
Também pôs a imagem de escultura do
ídolo que tinha feito na Casa de Deus, de que Deus dissera a Davi e a Salomão, seu
filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel,
porei o meu nome para sempre e não removerei mais o pé de Israel da terra que
destinei a seus pais, contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que lhes
tenho mandado, toda a lei, os estatutos e os juízos dados por intermédio de
Moisés. Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que
fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de
diante dos filhos de Israel.
Além disso, Manassés derramou
muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo, afora
o seu pecado, com que fez pecar a Judá, praticando o que era mau perante o SENHOR.
Seu castigo. O castigo de Deus
sobre Manassés e Jerusalém não veio sem que antes o Senhor enviasse seus
profetas a fim de que o rei e seu povo se arrependessem de seus pecados. Deus
não castiga sem que primeiro dê várias oportunidades para mudança de mente e
atitudes. Contudo, Manassés e o povo não deram ouvidos ao Senhor. Algo
semelhante encontramos no último capítulo das Crônicas (2Cr 36.15,16) e no
livro do profeta Jeremias: “Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do
Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias;
começando de madrugada, eu os enviei. Mas não me destes ouvidos, nem me
atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes pior do que vossos pais” (Jr
7.25,26).
Consequentemente, o Senhor trouxe contra eles o exército da Assíria.
Manassés foi preso com ganchos, amarrado com cadeias e levado à Babilônia. O
fato de o rei ser levado à Babilônia e não para a Assíria, como era de se
esperar, é porque naqueles dias a terra dos caldeus estava sob o domínio de
Esaradom, rei da Assíria.
O cativeiro de Manassés foi uma prévia do que aguardava o povo caso ele não
se arrependesse de seus pecados. Na verdade, a primeira referência de que Judá
seria levado para o cativeiro babilônico é feita no governo de Manassés (cf.
2Rs 21.10-15). No livro do profeta Jeremias está escrito: “Entregá-los-ei para
que sejam um espetáculo horrendo para todos os reinos da terra; por causa de
Manassés, filho de Ezequias, rei de Judá, por tudo quanto fez em Jerusalém” (Jr
15.4).
Sua conversão. A mudança de vida
de Manassés aparece somente no livro das Crônicas. Por uma questão de propósito
e objetivo ela é omitida no livro dos Reis. Manassés
ilustra um dos temas centrais de Crônicas, de que Deus pode cumprir sua promessa
de restauração ao arrependido (cf. 2Cr 7.12-16), mesmo nas circunstâncias mais
extremas. A oração de Manassés é uma das mais tremendas da Bíblia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao SENHOR, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais;
fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica
e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR era Deus.
Se comparada com Joás, Amazias e Uzias, a vida de Manassés muda de
direção não para pior mas para melhor. Somente
Manassés se converte de seus pecados. O modelo alternante de infidelidade e obediência, também seguido por seus antecessores, é rompido com seu
arrependimento. Os resultados da conversão de Manassés foram extraordinários. Depois disto, edificou o muro de fora da
Cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da Porta do Peixe,
abrangendo Ofel, e o levantou mui alto; também pôs chefes militares em todas as
cidades fortificadas de Judá. Tirou da casa do SENHOR os deuses
estranhos e o ídolo, como também todos os altares que edificara no monte da
Casa do SENHOR e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade.
Restaurou o altar do SENHOR, sacrificou sobre ele
ofertas pacíficas e de ações de graças e ordenou a Judá que servisse ao SENHOR, Deus de Israel. Contudo, o povo ainda sacrificava nos
altos, mas somente ao SENHOR, seu Deus. Uma
mudança radical que lembra as conversões de Paulo no caminho de Damasco (At
9.1-9) e dos tessalonicenses em 1Ts 1.
A mudança de coração de Manassés
representa uma oportunidade para um fim prematuro ou mesmo uma reversão do
Juízo de Deus, se tão somente a geração final de Judá tivesse se humilhado (cf.
2Cr 36.12-16).
Texto bastante esclarecedor.
ResponderExcluirParabéns Josivaldo!
ResponderExcluirExcelente esclarecimento. Gratidão por compartilhar este ensinamento.
ResponderExcluirMas em 2 Crônicas comenta sobre a oracaode de Salomão e não de Manassés. Como entender está questao?
ResponderExcluir2 cronicas 33.12-20
ExcluirSão orações distintas
ResponderExcluirParabéns, pelo texto, sei que foi inspirado por Deus, pois é muito esclarecedor.
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